Morre a ex-primeira dama de Pernambuco Magdalena Arraes

Morreu nesta quinta-feira (11), em sua residência, a ex-primeira-dama de Pernambuco Maria Magdalena Fiúza Arraes de Alencar, viúva do ex-governador Miguel Arraes, aos 95 anos. 

Diagnosticada com Alzheimer, ela recebia cuidados paliativos.

Seu falecimento ocorre próximo ao aniversário do dia da morte de seu marido, Miguel Arraes, ocorrido em 13 de agosto de 2005. 

Trajetória

Nenhuma mulher passou tanto tempo como primeira-dama de Pernambuco como Magdalena Arraes, mulher do ex-governador Miguel Arraes. Em três governos diferentes, ela presenciou de perto a consolidação do golpe de 1964, a Anistia de 1979 e a consolidação da Nova República, em início da década de 1990. Neta de um senador e governador do Ceará, João Tomé Saboia (1870-1945), ela acompanhou de perto a política desde criança. Estudou no Rio de Janeiro, cursou letras, e acabou fincando raízes no Recife, logo após seu casamento.

Do avô, ela tinha uma doce recordação. Uma máquina, traduzida numa mistura de sonhos e expectativas, foi criada por ele para solucionar o problema da seca no Nordeste. "Ele (João Tomé) chegou a criar uma máquina para chover. Essa máquina, eu conheci pessoalmente, ela era instalada no quintal da casa dele, que era um terreno imenso. Eu perguntava a mamãe se chovia alguma coisa e ela dizia assim: 'caía uns pinguinhos'", disse sorrindo, numa entrevista dada a um véiculo da imprernsa pernambucana, em 2013, lembrando que a casa no interior foi vendida a uma universidade cearense.

Uma experiência profissional em Paris mudaria para sempre sua vida. Hospedada numa casa de uma irmã de Miguel Arraes, que estava viúvo e seguiu para a cidade luz para uma missão política, ela começou um namoro que logo se transformou em casamento. Do marido, herdou oito filhos, que foram incorporados a mais dois que tiveram juntos. "Eles eram meninos muito bem-educados e logo formamos uma grande família", recordou.

Ao lado do marido, Magdalena viveu momentos felizes e tristes ao longo do governo, mas encarados de frente. Durante a ocupação do Palácio do Campo das Princesas, em março de 1964 por forças militares, fez questão que todos os filhos fossem à escola normalmente. Já no exílio, trabalhou como professora de português numa universidade e aguardava, com um certo receio, voltar ao país por conta da Lei da Anistia em 1979.

Do período em que foi primeira-dama, não sentia saudade, mas guardava recordações. Entre elas, uma que lembrava sorrindo na porta de sua antiga residência, no bairro de Casa Forte, no Recife, hoje Instituto Miguel Arraes. No último governo de Arraes, na década de 1990, foi ela que convenceu o escritor Ariano Suassuna a assumir a Secretaria de Cultura. "Atravessei a rua, conversei com ele e disse que não teria dinheiro, mas muito trabalho. Ele aceitou e a secretaria foi muito bem movimentada", lembrou.

Família emite nota

Com profundo pesar, comunicamos o falecimento de nossa mãe e avó, Magdalena Fiuza Arraes de Alencar, ocorrido nesta quinta-feira (11).

Mada foi um exemplo de amor e dedicação, deixando um legado de bondade e generosidade. Sua partida deixa uma saudade imensa em todos que tiveram a honra de conhecê-la e conviver com ela.

A família agradece as mensagens de apoio e carinho neste momento de dor e saudade.

Despedida

O velório de Magdalena Arraes terá início às 8h desta sexta-feira (12), na Capela Central do Cemitério Santo Amaro, na Região Central do Recife. O sepultamento acontecerá às 11h. 

Por Gabriel Diniz
com informações de Jamildo Melo e Diario de Pernambuco

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