Dono de agência de publicidade dá calote em funcionários

O dono de uma agência de publicidade sediada na Zona Norte do Recife foi acusado de golpe por ex-funcionários da empresa. À reportagem,  eles contaram que o empresário Jaderson Santos Júnior, à frente da Agência Comunica, recrutava os profissionais para trabalhar sem assinar contratos, nem pagar os salários pelos serviços prestados .

Ao menos três pessoas afirmam ter sido vítimas de Jaderson e moveram ações na Justiça contra ele. Uma delas também procurou a Polícia Civil e o denunciou por estelionato. Procurado, o empresário afirmou que a agência está em processo de falência e que as dívidas trabalhistas estão sendo negociadas.

Uma ex-funcionária, que pediu para não ser identificada, disse que recebeu a proposta de trabalho por meio de uma mensagem no WhatsApp.

Ela contou que chegou a estranhar o valor oferecido para a vaga, que era muito baixo, mas acabou sendo convencida pelo dono da agência a aceitar o emprego, que funcionava no modelo remoto e seria temporário.

"Quando chegou o dia em que era para ele pagar, uma pessoa pediu para me seguir no Instagram e veio falar comigo nas mensagens, perguntando se eu trabalhava nessa agência. E eu disse que sim. Ela se apresentou, disse que era redatora lá também e perguntou se eu tinha recebido, porque estava achando muito estranho, que ele não tinha enviado o contrato para ela e ficava dando desculpas", relatou a vítima."

Segundo a trabalhadora, Jaderson Santos Júnior dizia que era dono da empresa há muitos anos e nunca chegou a pedir os dados bancários dela para fazer os pagamentos.

"Ele não pagava, ficava dando desculpa. Dizia: 'Ah, o dia do pagamento, tem no contrato que é dia 5, mas considere dia 10'. Aí a gente esperou o dia 10. Chegou o dia 10 e eram mais desculpas: 'Não, é só na segunda-feira'. Chegou a segunda-feira, e mais desculpas", disse.

Outra vítima, que também não quis ser identificada, ficou cinco meses na empresa. Ela contou que foi contratada como estagiária, mas, em pouco tempo, passou a desempenhar funções extras sem que houvesse qualquer mudança no contrato.

"Trabalhava de manhã até a noite. E ficou sendo assim até abril, quando saí. Nesses primeiros meses, eu recebia uma bolsa de R$ 500", afirmou.

De acordo com as vítimas, a empresa tem uma rotatividade grande de contratações e muda o CNPJ com frequência. Uma terceira ex-funcionária da empresa disse que começou a trabalhar no local há quatro anos, um mês antes do início da pandemia de Covid-19, e até agora não recebeu os salários atrasados.

"Tenho um processo contra ele, que está correndo na Justiça. Eu ganhei esse processo. Ele sempre se vitimizando, dando várias desculpas, falando até de familiares; dizendo que os familiares estavam internados com Covid. (...) Que, de alguma forma, a Justiça seja feita, que ele pague, não só a questão financeira, mas pelos crimes que ele cometeu", afirmou."

A Polícia Civil disse que está investigando duas denúncias de estelionato e fraude contra o empresário e que não pode divulgar mais informações sobre o caso.

Procurado, Jaderson Santos Júnior disse que está negociando as dívidas trabalhistas da Agência Comunica, que, segundo ele, se encontra em processo de falência.

Ele afirmou ainda que todos os colaboradores da empresa foram procurados para negociar e calcular os pagamentos, e que um advogado vai entrar em contato com as pessoas para formalizar um acordo judicial.

Com informações do G1PE

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