Obra da Construtora Carrilho tira o sossego de moradores na Madalena

Não é de hoje que moradores da Rua Engenheiro Leonardo Arcoverde, na Madalena, Zona Oeste do Recife, reclamam de transtornos causados pela Construtora Carrilho.

Na primeira denúncia, feita neste Blog, em 25/04/2018, um terreno estava abandonado, predominando a proliferação de insetos e servindo como esconderijo de marginais e usuários de drogas. 

Naquela ocasião, em nota enviada à nossa redação, a Carrilho negou a propriedade do local, informando que apesar de inúmeras tentativas de compra, a mesma não havia sido concretizada.

Passados quase quatro anos, coincidentemente, a empresa iniciou a construção de um edifício, no mesmo terreno que afirmou não lhe pertencer, e a tal obra, vem tirando o sossego da vizinhança, seja pelo excesso de barulho (fora do horário permitido) ou pelos danos materiais provocados pelo empreendimento. 

"Será que agora eles vão negar a propriedade do terreno? E qual será a desculpa? Vão fugir das responsabilidades mais uma vez?" indaga, revoltado, um morador que preferiu não se identificar.

HORÁRIOS NÃO SÃO RESPEITADOS

Segundo apurou nossa reportagem, no início, o turno dos operário da obra iniciava-se às 6h e foi necessário que vários moradores entrassem em contato com o engenheiro responsável para que a empresa cumprisse o horário de início dos trabalhos, regulamentado pelo CREA, que é às 7h.

Depois disso, a Carrilho mudou o início do turno, porém, outras reclamações passaram a se tornar constantes. Uma delas, vem do barulho emitido pela sirene de aviso de início e término do serviço. Sem falar que, desde o último dia  23/03, o expediente na obra vai das 7h à meia-noite, sem parar. "A gente não merece passar por isso. São gritos, cantorias e anarquias entre os funcionários o tempo todo. Acho que merecemos respeito", completou o morador. 

Além do barulho das máquinas, sirene e funcionários, a obra vem danificando a estrutura dos prédios vizinhos, e por não fazerem a proteção devida, pedaços de concreto estão atingindo esses imóveis, causando danos à estrutura e a veículos estacionados em suas garagens. 

"Já faz mais de 24 dias que não temos sossego. A poeira emitida pela obra vem causado problemas respiratórios e alérgicos em nossas crianças e idosos. Não podemos chegar em casa após um dia cansativo de trabalho e descansar. São doentes convalescentes, crianças, recém-nascidos, todos sendo prejudicados. Isso é um abuso. Os impostos não param de chegar e estão cada vez mais altos, mas quando se trata de cumprimento da lei, não vemos fiscalização. Recife está abandonada! Onde está o CREA? Onde está a Prefeitura?", questionou uma moradora.

"Houve outras duas grandes obras nessa rua, uma da Construtora Gabriel Bacelar, outra da Holanda, que foram conduzidas sem transtornos. Mal sabíamos que haviam essas construções. Porém, com a Carrilho, o negócio é diferente. Não se respeita nada. Até quando vivenciaremos isso?", complementou.

A administração de um condomínio vizinho à obra, entrou em contato com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco - CREA, para fazer uma denúncia, porém recebeu do órgão a resposta que "não compete às equipes dos conselhos regionais de engenharia a fiscalização relativa à problemas com afastamento de obras, aberturas irregulares de janelas, construção invadindo calçadas ou áreas vizinhas, barulho e poeira em excesso e outros, deve ter a denúncia dirigida à Secretaria ou Departamento de Fiscalização de Obras da Prefeitura Municipal de sua cidade.

A reportagem do Blog do Gabriel Diniz tentou contato com a Construtora Carrilho, mas os telefonemas não foram atendidos.

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